30 agosto 2010

Os Sentidos na Poesia do Mundo

(...)
"E cantam os arroubos da alma e dos sentidos." - Charles Baudelaire


"O Guardador de Rebanhos" de Alberto Caeiro

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
- As coisas não têm significação: têm existência.
As coisas são o único sentido oculto das coisas.


"Os Cincos Sentidos" de Almeida Garret

São belas - bem o sei, essas estrelas,
Mil cores - divinais tem essas flores;
(...)
Formosos - são os pomos saborosos,
É um mimo - de nectar o racimo:
E eu tenho fome e sede...
(...)
Macia - leve a relva luzidia
Do leito - ser por certo em que me deito.


"Correspondências" de Alberto Caeiro

Tão vasta como a noite e como a claridade,
Correspondem-se as cores, os aromas e os sons
Há perfumes tão frescos como a jovem carne
Doces como oboés e verdes como os prados,
- E há outros triunfantes, ricos, corronpidos,

Que se expandem no ar como coisas sem fim.
Como ambâr, o almíscar, o incenso, o benjoim(...)


Pensar uma flor é ve-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
de Alberto Caeiro


Ela é uma frágil gazela:
Olhares de narciso
Acenos de açucena.
Sorriso de margarina.
de Amm-är